domingo, 8 de janeiro de 2012

Caronia o primeiro navio de cruzeiro:Episódio 2

O Caronia esteve em Santos no dia 19 de março de 1953. A bordo estavam 590 turistas, sendo a maioria estadunidenses. O navio chegou na barra nas primeiras horas da manhã sob o comando da capitão-de-longo-curso Robert C. Thewel, que era oficial reformado da Royal Navy (Real Marinha Britânica), razão que levava o navio a exibir a bandeira da marinha de guerra na popa.
 
O RMS (Royal Motor Ship) Caronia passando pela estátua da 
Liberdade, no Porto de Nova Iorque, mais precisamente no pier da 
Cunard, em Manhattan - 1951. Reprodução.

A manobra de fundeio (ancoragem) foi executada pelo falecido prático Edmar Botto de Mello. O navio, devido ao seu grande calado, não entrou no cais santista e ficou fundeado nas proximidades da Ilha das Palmas. Seus passageiros eram levados para terra a bordo das lanchas do navio. Muitos foram para São Paulo, outros ficaram no litoral. A Cunard tinha como representante a agência Houlder Brothers & Co. Brazil Ltd.
O redator do Porto & Mar de A Tribuna, na época, Francisco de Azevedo, escreveu: "o comandante Thewell é um gentleman. Um homem do mais vivo humor e demonstra grande camaradagem para com todos".
Na época, o Caronia já tinha participado de onze cruzeiros, além de várias travessias no Atlântico Norte como navio de passageiros. No fim da matéria, Azevedo afirmou que o Caronia fundeado na barra foi um espetáculo que despertou grande interesse na população santista e forasteiros, não só pelo seu porte como pela beleza de sua pintura.
 
Durante o Lançamento do Caronia, no dia 30 de outubro 
de 1947, a sua madrinha Princesa Elizabeth, hoje a rainha 
Elizabeth II da Grã-Bretanha. Reprodução.

O transatlântico deixou Santos ao entardecer, rumo ao Rio de Janeiro, Salvador, Port of Spain , Bermudas e Nova Iorque. Vale lembrar que os excursionistas ficaram impressionados com São Paulo, pois poucos sabiam a respeito da já considerada maior cidade da América Latina.
O Caronia era conhecido como o navio dos milionários. Descreve-lo seria como descrever um palácio flutuante, onde tudo foi previsto para atender os seus exigentes viajantes. Fez seu último cruzeiro como navio da Cunard em 29 de setembro de 1967, saindo de Nova Iorque rumo ao Mediterrâneo. Em 1968 foi vendido para uma outra armadora – a Universal Lines e passou a ser o Columbia. Em 1974 foi vendido para um sucateiro de Taiwan. Deixou o Porto de Nova Iorque rebocado pelo rebocador Hamburg. Nas proximidades de Guam, foi apanhado por violenta tempestade que partiu seu casco em três partes –  um triste final para um deus do mar.


créditos de Texto :Porto Gente, portogente.com.br

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