As reservas para cruzeiros marítimos no ano que vem devem continuar fracas até que o setor consiga afastar os temores decorrentes do naufrágio do navio Costa Concordia, ocorrido em janeiro na costa oeste da Itália.
Após o acidente, que matou 25 pessoas, outro navio da empresa Costa Cruzeiros ficou à deriva na semana passada numa zona infestada por piratas no oceano Índico por causa de um incêndio na casa de máquinas, contribuindo com os questionamentos à segurança dos navios de passageiros.
As reservas em cruzeiros despencaram desde janeiro, mas as empresas do setor se dizem otimistas, prevendo que os cruzeiros marítimos manterão sua trajetória de alta em longo prazo. Mas o impacto completo dos últimos incidentes só será conhecido nas próximas semanas e meses, quando começarem a ser vendidos os cruzeiros de 2013.
A TUI Cruises, joint venture da empresa alemã de turismo TUI com a operadora marítima Royal Caribbean, começou em 1º de março a vender seus pacotes para o verão boreal de 2013 e o inverno de 2013/14. Sua capacidade já estava quase completa quando aconteceu o desastre do Costa Concordia.
"Não podemos ainda dizer se o comportamento dos clientes irá mudar na nova temporada", disse uma porta-voz da TUI Cruises à Reuters.
Fontes do setor dizem que o naufrágio impressiona principalmente pessoas que nunca viajaram de navio, embora não haja estatísticas nesse sentido.
"Acho que as pessoas que já estiveram em navios e veem como eles operam têm total fé na segurança", disse o diretor-gerente da Royal Caribbean para a Europa, África e Oriente Médio, Dominic Paul.
O Royal Caribbean é a segunda maior empresa mundial do setor de cruzeiros, atrás da Carnival Cruises, controladora da Costa Cruzeiros.
O executivo-chefe da empresa alemã de pesquisas de Mercado GfK, Matthias Hartmann, disse que as reservas, geralmente feitas com bastante antecedência, ainda podem engrenar quando o acidente deixar de aparecer na mídia.
Paul, da Royal Caribbean, disse que as empresas estão empenhadas em enfatizar o histórico de segurança do setor, mas esbarram na intensa cobertura midiática da tragédia. "Como setor, tentamos responder a isso, mas leva tempo para que as mensagens se propaguem", disse ele.
No mês passado, a Royal Caribbean afirmou que as reservas estavam ligeiramente melhores à medida que o assunto Costa Concordia saía da imprensa.
Na Alemanha, terceiro maior mercado mundial de cruzeiros em número de passageiros, atrás dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, o movimento das reservas mostra que os turistas continuam nervosos, disse na semana passada a entidade DRV, que congrega agências de viagem.
O presidente da empresa Aida Cruises, Michael Thamm, disse esperar que o setor cresça globalmente menos de 10 por cento neste ano. Para 2011, havia uma previsão superior a essa.
"Precisamos aprender com isso, e estamos dispostos a aprender. O que acreditamos é que o navio estava bom, não havia problemas técnicos, mas precisamos esperar que a investigação seja concluída."
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